Entrevista Com Osmar Pereira de Oliveira

Osmar-Entrevista

Nome: Osmar Pereira de Oliveira Idade: 56 anos Reside: em Rio Branco-Acre, na Vila da Amizade. Padrinho Osmar, como gosta de ser chamado, começou no Daime aos 17 anos de idade, há 39 anos. A primeira vez que comungou o Daime foi com o Padrinho Sebastião Mota. Naquele tempo, Padrinho Sebastião acompanhava o grupo do Loredo, grupo deixado pelo Mestre Irineu. Um grupo de curas, de concentração, que depois de um tempo se multiplicou com a chegada do braço direito do Mestre Irineu, a Sra. Percília Matos, filha adotiva do Mestre Irineu, a qual era zeladora do hinário do próprio Mestre e também do hinário de Maria Damião. Padrinho Osmar ficou 10 anos ao lado da Sra. Percília, no grupo do Sr. Loredo. Nesse período, ao lado da Sra. Percília, que tinha uma grande vontade de ensinar e que, juntado com a vontade dele em aprender, foi juntar o útil ao agradável, pois ela tinha as informações corretas passadas pelo pai - Mestre Irineu e tinha todo o carinho de ensinar, desde os hinos até o bailado, a forma de se comportar, como entrar e como sair do trabalho.

O Senhor Chegou a comungar com o Mestre Irineu?

Não. Não tive essa oportunidade de comungar com ele. No entanto, tive a felicidade de que, na primeira vez que comunguei o Daime, me encontrei com ele espiritualmente e isso foi a maior benção da minha vida e dai também, pude perceber logo, que o Mestre Irineu está sempre presente, mesmo não sendo com o corpo físico, ele se faz presente espiritualmente, é só a pessoa procurar por ele e ter o merecimento.

Então, na primeira vez que tomei o Daime, o Mestre Irineu se apresentou para mim, onde ele pode me trazer algumas mensagens sobre o meu nascimento e do porque do meu encontro com ele nesta vida, sendo que eu já tinha um compromisso de nascença com essa doutrina e isso me deixou muito vaidoso na época, pois eu pensava que não era nada e de repente, eu já era alguma coisa e isso me envaideceu e até me ajudou, pois hoje estou aqui, trabalhei essa vaidade ao longo do tempo, para transforma-la em bondade.

Então é assim, a maioria das pessoas chega vaidoso a esse trabalho, como eu e logo quer grau de mestria! Quer ser mestre! Mas daí com a continuidade do trabalho, ele percebe que ele não é tão importante assim, pois o importante é a gente ser o que é e o que foi determinado pelo poder superior.

A quanto tempo o Senhor atua no preparo do Daime?

Assim, vou contar a história pura e verdadeira. Quando cheguei no Loredo, eu tomei o Daime num dia e no outro já entrei no grupo. Lá no Loredo, havia uma carência de pessoas para a mata, para os serviços da floresta, para o preparo do Santo Daime e eu chegando lá, com meu estilo caboclo, que por sinal, boa parte da minha vida passei na floresta, posso até dizer que a mata foi a minha faculdade, o Loredo me observou, como dizemos lá no Acre, dos pés a cabeça e me perguntou se eu tinha vontade de ir para a mata com o pessoal e eu falei que era o meu maior sonho, mas que estaria com medo de me oferecer, pois podia não ser certo. O Loredo olhou para mim e disse que eu dava para esse serviço e assim, no próximo feitio (trabalho de preparo do chá), eu já acompanhei o pessoal para a mata e aquilo me levantou uma curiosidade muito grande, de como se fazia essa bebida, pois via a perfeição que é o Daime, mas eu ainda não conhecia isso direito, estava logo no princípio da história e foi assim, eu tive a curiosidade de aprender mesmo e ficava observando e observando e daí não demorou muito, com 19 anos, depois de dois anos de vivência no Daime, eu tive uma miração e nessa miração eu recebi, sem sombra de dúvida, a autorização para fazer o Daime.

O Senhor poderia contar essa miração?

Claro!

A espiritualidade é um lado sutil, que manda seus ensinamentos, na maioria das vezes, por meio de parábolas. As pessoas as vezes confundem a espiritualidade com a vida material, acreditam que, o que você quer ver lá, você verá. Mas não é bem assim. Você vê o que quer ver, mas vê de outra forma e daí precisa interpretar, entender e assim eu tive uma miração, onde eu me achava numa floresta, em um longo caminho e nesse caminho, eu tinha que caminhar, obrigatoriamente! Necessariamente! Precisamente! Eu tinha que caminhar nesse caminho e eu comecei a caminhar nele.

Nessa caminhada, eu olhei para o firmamento e vi dois sóis e isso me causou uma confusão na hora, porque que eu nunca tinha ouvido falar que poderiam existir dois sóis? Como eu ia entender aquilo? Considerando que na realidade existe um só sol? E daí, quando eu pensei isso, um sol explodiu. Estourou! E ele formou um redemoinho e venho no rumo da terra, ia descendo, aquele sol que tinha estourado e ele, chegando à terra, causou uma falange, um tremor de terra e eu me assustei com aquilo e daí me disseram: “Apresse o passo porque o sol caiu dentro de uma igreja e essa igreja está pegando fogo”.

Então eu parti para lá, já correndo. Quando cheguei lá, onde o sol tinha caído, realmente tinha uma igreja em chamas, o sol tinha caído dentro dela e então eles disseram para mim que, imediatamente deveria procurar os três mistérios dessa igreja e que esses três mistérios estariam no altar. Eu pensei: como eu poderia encontrar o altar da igreja, no meio de um fogaréu daqueles? O altar certamente estaria todo em chamas. Mas eu corri para dentro e de repente eu vi o altar. Corri passando por cima de brasas, de fogo, de labaredas e chegando ao altar, eu vi três pés de rosas brancas. Esses três pés de rosas brancas, estavam com as flores muito vivas, nítidas, muito bonitas e eu vi que nos três pés de flor tinham, cada uma, uma peça de jagube (Cipó com que se faz o Daime) e em baixo, no chão, de onde brotavam os pés de rosa, tinha uns pedaços de jagube, até por sinal muito bonitos, vivos! Eu, no meio daquele fogo corri e catei as rosas com o Jagube. Eu pensei para mim, devem ser estes os três mistérios. Não pode ser outra coisa.

Então coloquei aqueles três pés de jagube nos braços e tirei eles da igreja, do meio do fogo. Mas daí, quando peguei os pés de jagube, as rosas murcharam. Então eu saí correndo com aqueles três pés de jagube e consegui sair da igreja e assim que saí, o que restava da igreja desmoronou, ficou só cinza. Saído do meio daquelas chamas, eu fiquei com corpo todo cheio de fuligem, ai eu parei e fiquei olhando meu corpo, para ver se tinha alguma queimadura em algum canto? Mas não. Não tinha nenhuma queimadura.

Com aqueles três pés de jagube no braço eu pensei: E agora? O que eu faço com isso? Daí lembrei na hora, vou levar esse Jagube para algum irmão fazer Daime, porque não vou deixar estragar e saí em busca desse irmão, que por sinal, eu vou até citar o nome dele... Luiz Mendes. Nesse tempo ele era o presidente e daí saí em busca desse irmão. Não demorou muito e eu encontrei ele vindo, em direção contrária e eu com aquelas três peças jagube na mão. Quando eu vi ele, me alegrei. Pensei. Agora estou livre! Eu vou entregar esse jagube para o Luiz e me livro desse compromisso. Daí eu corri ao encontro dele e ele olhou para mim e disse, “O que que ai Osmar?”. E eu disse: seu Luiz, eu achei esses três pés de jagube em uma igreja pegando fogo ali e eu vim entregar para o Sr. fazer o seu Daime, para esse jagube não estragar.

O Luiz Mendes olhou para mim e disse: “O que que ai?” Quem achou o Jagube foi você. Não fui eu. Quem tem que fazer o Daime é você. Ao que eu disse: mas eu nunca fiz Daime! Daí Ele respondeu: Por isso mesmo. Esse Daime, é pra você fazer. Ainda dentro da miração, eu saí correndo com aqueles três pés de Jagube, na maior felicidade, dentro de um Jardim e já comecei a fazer o Daime e já apareceu tudo e não faltava mais nada. Era folha, era tudo e eu fiz tudo na maior alegria. E daí eu preparei o Daime. Isso tudo na miração e daí tomei o Daime que eu fiz. Tomei o Daime! Dentro dessa visão, dos três mistérios, eu pude aprender muitas coisas nesse dia, com o compromisso de preparar esse chá em seguida... Isso tudo, até aqui, foi dentro miração.

Depois dessa miração, parti para fazer o meu primeiro Daime. Eu tinha um carrinho velho lá em Rio Branco e era com esse mesmo que tinha que ir, porque não tinha outro. Peguei o carrinho, naquela animação, sem falar nada para ninguém e fui para um lugar chamado Barro Vermelho, pois eu sabia que por lá tinha jagube, que eu já tinha tirado lá para os outros. Fui lá, tirei um pouco, um saco e tirei um meio saco de folha e vim para casa, animado, porque com aquela miração eu não tinha dúvida que eu podia fazer o Daime e aí realmente, eu fiz. Deu 10 litros de Daime. Eu fiz tudo na maior animação, eu sou muito franco, depois de pronto, esperei esfriar e daí eu pensei. E agora quem é que vai tomar? Eu mesmo não tinha coragem de tomar. Fui eu que fiz! Mas e a coragem? E daí! E aí foi aquela confusão, até que consegui a coragem e tomei o meu Daime, sem falar nada para ninguém. Sem comunicar ninguém. Na hora, eu confesso, me faltou coragem mesmo. Mas venci o medo enfim e tomei o tanto que o nosso mestre permitia. Meio copo. Nossa! Eu tive um trabalho maravilhoso, com esse Daime que eu tinha preparado e eu vi que tinha saído Daime mesmo e aquilo me deu ainda mais coragem para fazer o próximo.

O preparo desse Daime aconteceu a 36 anos atrás, exatamente dois anos depois que eu entrei na Igreja. Assim, hoje tem 36 anos que eu preparo Daime e ainda me sinto no começo da fila. Sei que tenho ainda muito a aprender, porque o Daime “é estudo fino”, como diz o hino do Mestre; “Estudo fino, estudo fino que é preciso conhecer, para ser bom professor e apresentar o seu saber, o saber de todo mundo, é o saber universal. Aqui tem muita ciência, que é preciso se estudar”.

Então, é assim que eu vejo essa história, quando me perguntam: o que é o Daime? Eu sempre respondo: o Daime é mistério... Daí eu já me isento de responder mais coisas. Se é mistério? Tá explicado. Eu sempre digo para as pessoas: gente, vamos trabalhar para que a sua luz resplandeça de dentro para fora, ainda que você não consiga iluminar o mundo, você se torna uma luz dentro de um túnel. Se neste mundo você tiver a luz de uma vela, eu te garanto que dentro de um túnel escuro, com um milhão de pessoas perdidas ali, você será capaz, com a luzinha de uma vela, mostrar a saída do túnel e salvar milhões de pessoas e mesmo que não salve o mundo todo, mas pelo menos milhares de pessoas foram salvas, com a luz de uma única vela. Eu acredito que essa é a missão de Cristo, ser uma luz para o mundo.

Falando em luz, as pessoas hoje se esquecem de um símbolo muito importante chamado CRUZ. Se sairmos por aí perguntando, o que é a cruz? É difícil as pessoas saberem o que ela significa. Não sabem! A mesma coisa serve para a pergunta: o que é Deus? Deus é um homem? Será que Deus é o que as pessoas pensam? O que Cristo veio fazer na terra? Eu sempre digo: gente! Abram os olhos, porque depois quando chegarmos ao pé da cruz, quando olharmos para ela, vamos nos arrepender e chorar tanto, porque precisaremos passar por ela e enquanto não passarmos, acho difícil chegarmos a algum canto e daí teremos que nos curvar, teremos que baixar a cabeça. Não será o padrinho, não será a madrinha, não será o amigo, que vai fazer que sejamos perdoados não. Será o nosso coração. Não adianta nada o padrinho aqui dando conselhos, se não tivermos a humildade, se não formos a igreja que eu sempre digo que está dentro de cada um.

Falando em Igreja, vou contar uma história... Certo dia, em uma miração, fui mandado procurar a minha igreja. Foi me dito assim: você tem que achar a sua igreja. E eu fiquei dentro daquela miração, procurando a minha igreja e pensei, deve ser lá no Alto Santo (Igreja do Santo Daime)? Não. Responderam, não é no Alto Santo. Então onde fica minha igreja? Daí me disseram: a sua igreja tem na frente duas janelas e uma porta e você é obrigado a vigiar essas janelas e essa porta, porque se você não cuidar, você estará sujeito a perder sua alma, por entre essa porta e essas duas janelas, porque o mal entra justamente por elas.

Essa igreja tem também duas janelas laterais, que também precisam ser vigiadas e daí fui vendo a minha imagem, os olhos (duas janelas), a boca (porta), os ouvidos (duas janelas laterais) e daí eu disse, então sou eu? Você mesmo. Você não vai encontrar sua igreja em canto nenhum deste mundo, a sua igreja é você mesmo. Isso me deu uma alegria muito grande, porque eu descobri onde era a minha igreja. Então, a sua igreja é você mesmo e você precisa ter muito cuidado, com as coisas que vê, porque tem coisas que podem levar você a perdição. A língua te condena. Os teus ouvidos? Se você não souber o que está ouvindo, você se perde. Assim eu tive uma lição tão grande com isso e hoje sempre sigo dizendo: “O Daime é mistério.” e graças a Deus, eu estou aqui e vejo muita gente também.

Hoje minha vida é aprendizado. Acredito que o mestre é uma sequência. Deus é uma sequência. Deus é o mundo unificado num só. Se você perguntar, quem é Deus? A resposta é: Deus somos todos nós, apurados num tacho. Deus é o mundo todo. Deus é a humanidade, apurada num tacho, porque Deus é puro, agora nós não, daí precisamos ser apurados, até nos tornarmos um só corpo. Então tudo que eu aprendo, é como a terra, se cavarmos a terra perceberemos que ela é cheia de camadas, a nossa vida é igualzinha. Muitas pessoas não acreditam em reencarnação. O que seria de nós se não existisse a reencarnação? Eu acredito inteiramente, porque a minha vida atual é uma sequência da minha encarnação passada, eu não tenho dúvida disso. Eu sou uma sequência do que fui e para mim, saber disso, é uma satisfação muito grande.

Quem é o Osmar, pessoa?

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O Osmar é uma pessoa como qualquer outra. Com os dois lados. Lado superior e lado inferior. Tenho raiva também, já tive muita. Tenho minhas alegrias, meus momentos bons, enfim, eu sou uma pessoa como qualquer outra. Tenho meus erros também, como todos têm seus erros e vou vivendo a vida, conseguindo me libertar desses lados inferiores, pra ver se um dia consigo alcançar a paz com Deus. A melhor coisa que existe é estar em paz com Deus.

Qual o segredo para extrair o melhor do Daime?

O segredo está na unificação das pessoas. Não adianta eu querer colocar uma panela atrás da outra e as pessoas estão todas impuras no feitio. O melhor tempero para o Daime é formar um grupo que tenha respeito por essa bebida, que respeite os procedimentos, os mandamentos de um feitor. Essa bebida é indígena e as vezes esquecemos desse detalhe. Os pajés, por exemplo, quando vão trabalhar no feito dessa santa bebida, eles se separam da esposa por vários dias, dormem separados e adotam vários outros rituais, tem uma doutrina. Existem vários rituais que os pajés adotam durante o feitio da Ayuaska. No Peru, por exemplo, alguns pajés só tiram o Jagube à noite, no escuro. Eles vão, na lua escura, sem nenhuma luz e se deixam orientar unicamente pelos espíritos.

O Jagube é muito misterioso e se você não estiver preparado você não o acha na mata, ele se esconde, ele se transforma. Você pode até ser um conhecedor de Jagube, mas se você não estiver preparado, você chega nele, pega nele e ele já não é mais um jagube e dai, se atrás de você vier alguém preparado ele vê. Tem muitos outros mistérios ligados ao Jagube.

O Mestre Irineu dizia, que quando você estiver na mata e mesmo preparado, não estivesse achando jagube era só pensar nele (Mestre Irineu), que ele daria um sinal e assim, um dia desses eu estava na mata, procurando jagube e não achava de jeito nenhum e eu precisava fazer Daime e daí eu lembrei do Mestre Irineu e lembrei da orientação, que deveria encontrar uma árvore bem grande, encostar nela e olhar para cima, para a copa e ficar lembrando dele, que um sinal iria aparecer e deu certo. Estou lá, encostado na árvore, pedindo para ele encarecidamente um jagube, daí olhei para o lado e vi uma borboleta azul e ela veio, deu uma volta na árvore e seguiu para um lado e pensei, esse deve ser o sinal! Só pode ser o sinal. Pois ele não disse qual seria o sinal e eu saí correndo atrás daquela borboleta e quando ela parava, eu também parava e ela foi indo até que pousou sobre um jagube. Eu me arrepiei todo, de tão alegre que fiquei e naquela emoção eu acreditei que das palavras do Mestre, nenhuma cai pelo chão. Foi só eu fazer o que ele mandou e eu achei o Jagube, por meio de uma borboleta, que me levou até um Jagube. Uma borboleta da asa azul bem grande. Ela pousou no Jagube e eu fiquei feliz porque eu pude realmente acreditar na mensagem do Mestre.

O que é um Daime de qualidade?

Um Daime de qualidade para mim, é aquele você pode ter um entendimento, que faz você experimentar da escola do aprendizado infinito. Daime como você me perguntou, especial, bom, é aquele que você pode dar conta de si, de se trabalhar espiritualmente, ter a sua borracheira, a sua uma miração da forma que adquira entendimento, dentro da luz, mas com grande entendimento, que você possa ter o discernimento, aprender a viver a vida, aprender a amar, a respeitar os outros.

Então, Daime especial é aquele onde você pode fazer um trabalho unido, com respeito ao seu irmão, que a gente possa sentir o amor nas pessoas, se abraçar, sentir aquele entendimento... “Flor das águas, da onde vens para onde vais, vou fazer minha limpeza, no coração está meu pai. A morada do meu pai é no coração do mundo, aonde existe todo o amor e tem um segredo profundo. Este segredo profundo está em toda a humanidade, se todos se conhecerem aqui dentro da verdade”. O que é esse conhecimento? Esse conhecimento é justamente o que o Daime manda: eu poder me preparar e saber o que está passando na minha vida. Você é meu irmão e eu tenho obrigação de saber quem é sua pessoa. Conhecer você. Esse segredo profundo é que o hino que eu cantei está dizendo.

Qual seria uma mensagem do Padrinho Osmar para a Fraternidade?

Eu vou citar um ditado do Luiz Mendes, daquele livro (Segredos da Lua Branca): “Capriche, capriche mesmo, capriche e venha se apresentar.” Quando eu digo, capriche e venha se apresentar, não é pra mim, não é pro Mestre Iran, não é pro Padrinho, não é pra Madrinha. É pra LUZ! Porque todos nós temos a responsabilidade de ajudar, mas a sua apresentação, é para poder superior, é pra Luz que você tem de se apresentar, oferecer o teu coração para Deus. Nós (orientadores) somos só os guias pra botar a pessoa no caminho. Então caprichem e venham se apresentar. Que as pessoas possam ter luz para ajudar umas as outras, porque um salão como esse da Fraternidade Rosa da Vida, com as pessoas iluminadas, com muita gente iluminada é muito bonito. E o que é iluminação? Iluminação é ter luz. Um salão com luz já está iluminado. Se tiver 10 luzes melhor, mas se tiver uma só? Entendem?

Uma mensagem para os irmãos que não conhecem os mistérios do Daime?

Autoconfiança! Autoconfiança é o que vai fazer a pessoa chegar lá na frente e ter esse entendimento dos mistérios da vida. O que nos atrapalha é o medo, não nos deixa ver, não nos deixa chegar onde queremos. Então, eu hoje considero o medo um inimigo, que precisamos vencer puxando a nossa espada e lutando contra ele todos os dias. Eu, por exemplo, quando pego um hinário pra puxar, eu não posso ter medo, porque daí erro tudo. Eu preciso puxar ele na autoconfiança. Autoconfiança nos trás coragem para não errar. Por isso eu considero o medo como um inimigo e é por isso que, as vezes, as pessoas ficam presas ao medo por anos a fio, sem conseguir se libertar.

FIM

Autor: Elton da Rosa

19/03/2013