A Expansão da Consciência Através das Plantas de Poder

Escrito por Elton da Rosa

Desde os primórdios dos tempos as plantas de poder são utilizadas na busca de respostas e de cura. Essas plantas são denominadas “enteógenos”, que em grego quer dizer “tornar-se divino interiormente”. O Objetivo de seu uso é acessar outros planos de consciência, entender seus próprios processos de vida e conectar-se com a natureza. As plantas de poder agem como mediadoras entre o mundo da experiência imediata (consciente) e as dimensões profundas, também chamadas de espirituais (o inconsciente). Por isso, essas plantas são tidas em certas culturas como portadoras de inteligência e consideradas como fontes de profunda e misteriosa sabedoria, ou instrumentos do divino.

Dentre essas plantas de poder, destacamos a Ayahuasca que é uma bebida composta por duas plantas conhecidas popularmente como: mariri, jagube ou cipó (Banisteriopsis Caapi) e chacrona ou rainha (Psychotria Virdis). O mariri é apontado como possuidor de virtudes terapêuticas e, para os índios, a Ayahuasca tem importância fundamental.

A Ayahuasca é a bebida mais usada em rituais religiosos na América do Sul, em especial na Bacia Amazônica. A Ayahuasca, também é conhecida como Santo Daime, Huasca, Hoasca, Caapi ou Yagé. Trata-se de um chá obtido a partir da fervura de duas plantas amazônicas, o cipó jagube ou mariri (banisteriopis caapi) e o arbusto chacrona (Psychotria viridis). Tanto indígenas quanto seguidores das religiões denominadas hoasqueiras afirmam que sua virtude inclui poderes de cura e clarividência. O nome Ayahuasca advém da língua Quechua (dos povos indígenas do Peru). Aya pode ser traduzido por “alma” ou “espírito” e huasca, “vinho”. Em 1993 foram realizadas pesquisas com seguidores da União do Vegetal e a conclusão foi que o uso da Ayahuasca não gera dependência química e teria, inclusive, ajudado alguns a superar o alcoolismo e a dependência química. Para muitos de seus usuários, este chá é chamado simplesmente de “Vegetal”.

A Ayahuasca não tem efeito colateral conhecido, nem registro de dependência química ou dano cerebral, mas para consumir essa bebida devem ser tomados alguns cuidados quanto à sua utilização. A consciência só deve ser expandida em contextos seguros, para que a experiência vivida promova um encontro iluminador e não desestruturante. Distribuir a Ayahuasca em uma danceteria é uma coisa, outra bem diferente é utilizá-la em um contexto ritual, em que ela é encarada como um veículo sagrado, dentro de uma esfera cultural e um conjunto de valores”.